segunda-feira, 20 de agosto de 2007



«Ouço sempre o mesmo ruído de morte que devagar rói e persiste...

Uma vila encardida-ruas desertas- pátios de lajes soerguidas pelo único esforço da erva- o castelo- restos intactos de muralha que não têm serventia. Uma escada encravada nos alvéolos das paredes não conduz a nenhures. Só uma figueira brava conseguiu meter-se nos intersticios das pedras e dela extraiu suco e vida. (...) Sobre isto um tom denegrido e uniforme: a humidade entranhou-se na pedra, o sol entranhou-se ma humidade. (...)

Silêncio. (...) Ouço sempre o trabalho persistente do caruncho que rói há séculos na madeira e nas almas.»

Húmus, Raúl Brandão

2 comentários:

joão matos disse...

Olha que fixe :) tb já leste o Húmus do Raul Brandão??

beijoca

Tana disse...

Tenho que ler com mais calma e um pouco mais de nostalgia..que hj estou bem disposta demais para me concentrar :P
Amanha volto a ler, promise u! :) mas acho que gostei da escolha.. :)
Um beijo raulesco!