segunda-feira, 29 de outubro de 2007

As palavras que não são verbos não têm plural!!!

Isto é;
Numa cultural noite de zapping pelos nossos fabulosos canais deparei-me com um programa na TVI, uma espécie de Big Brother mas com algumas mudanças, porque até os pequenos cérebros se cansam de algumas coisas. Parei uns instantes para perceber mais ou menos em que consistia esta versão, quando me deparo com o seguinte diálogo:
-«Nós podemos ser felizes»- diz uma das concorrentes a falar não me perguntem de quê.
- «Felizes?Felizes está errado, essa palavra não existe! Diz-se feliz, porque feliz não é um verbo, por isso não se conjuga!!!»- resposta de uma brilhante concorrente que me deixou de queixo completamente caído.
Acham que alguma das alminhas que estava naquela casa foi capaz de explicar a este ser que as palavras não têm que ser verbos para terem plural???Ninguém! Ficaram todos baralhadinhos e já ninguém sabia o que estava correcto e o que não estava!!!
Com o "há-des" tive que aprender a controlar-me para não corrigir toda e qualquer boquinha que atirasse cá para fora semelhante alarvidade, mas "felizes"???!!!Estamos a falar de uma palavra que qualquer criança que aprendeu a falar há pouco tempo sabe usar!!!
Alguém me dá um sopro de esperança nesta gentinha portuguesa cada vez mais tacanha e desinteressante?É que estas coisas começam a assustar-me a sério!

quinta-feira, 25 de outubro de 2007

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Adeus


Já gastámos as palavras pela rua, meu amor,
e o que nos ficou não chega
para afastar o frio de quatro paredes.
Gastámos tudo menos o silêncio.
Gastámos os olhos com o sal das lágrimas,
gastámos as mãos à força de as apertarmos
gstámos o relógio e as pedras das esquinas
em esperas inúteis.

Meto as mãos nas algibeiras
e não encontro nada.
Antigamente tinhamos tanto para dar um ao outro!
Era como se todas as coisas fossem minhas!
quanto mais te dava mais tinha para te dar.


Às vezes tu dizias: os teus olhos são como peixes verdes!
E eu acreditava!
Acreditava,
porque ao teu lado
todas as coisas eram possiveis.
Mas isso era no tempo dos segredos,
no tempo em que o teu corpo era um aquário,
no tempo em que os teus olhos
eram peixes verdes.
Hoje são apenas os teus olhos.
É pouco, mas é verdade,
Uns olhos como todos os outros.

Já gastámos as palavras.
Quando agora digo: meu amor...
já não se passa absolutamente nada.

E, no entanto, antes das palavras gastas,
tenho a certeza
de que todas as coisas estremeciam
só de murmurar o teu nome
no silêncio do meu coração.

Não temos nada que dar.
Dentro de ti
Não há nada que me peça água.
O passado é inútil como um trapo.
E já te disse: as palavras estão gastas.

Adeus.

Eugénio de Andrade



Uma de nós vai ter que dizer adeus...

terça-feira, 16 de outubro de 2007

A lenda da Moura Salúquia




Conta que a princesa e governadora da cidade (então chamada Al-Manijah), de nome Salúquia, filha de Abu-Hassan, se apaixonou pelo alcaide de Aroche, Bráfama. Na véspera do matrimónio, Bráfama dirigiu-se então com uma comitiva para Moura, a dez léguas de distância. Mas todo o território alentejano a norte e oeste tinha já sido conquistado pelos cristãos, e a jornada revelava-se perigosa. Entretanto, D. Afonso Henriques encarregara dois fidalgos, os irmãos Álvaro Rodrigues e Pedro Rodrigues, de conquistar a cidade de Moura.
Estando ao corrente dos preparativos matrimoniais que aí se desenrolavam, emboscaram-se num olival perto dos limites da povoação. Surpreendidos pela acção dos cavaleiros cristãos, a comitiva de Aroche foi facilmente vencida, e Bráfama foi morto. Então, disfarçando-se com as vestes dos representantes muçulmanos, os fidalgos cristãos dirigiram-se para a cidade. Do alto da torre do castelo, onde aguardava a chegada do seu noivo, e vendo aproximar-se um grupo de cavaleiros aparentemente islâmicos, Salúquia julgou que se tratava da comitiva de Aroche, ao que ordenou que lhes franqueassem as portas da fortificação.
Mas mal transpuseram a muralha, os cristãos lançaram-se sobre os defensores da cidade, tomados de surpresa, e conquistaram o castelo. Salúquia apercebeu-se então do erro que tinha cometido e, ferida pela certeza da morte de Bráfama, tomou as chaves da cidade e precipitou-se da torre mais alta do castelo, onde se encontrava.
Comovidos pela história de amor que os sobreviventes islâmicos lhes contaram, os irmãos Rodrigues teriam renomeado a cidade para Terra da Moura Salúquia. O tempo encarregar-se-ia de transformar esta designação para Terra da Moura, até que evoluíu para a actual forma de Moura.
A uma torre de taipa do Castelo de Moura ainda hoje se chama a Torre de Salúquia, e a um olival nas proximidades de Moura, aquele onde supostamente teriam sido emboscados Bráfama e a sua comitiva, o povo chama Bráfama de Aroche.

sexta-feira, 12 de outubro de 2007

Oceano

Assim
Que o dia amanheceu
Lá no mar alto da paixão
Dava para ver o tempo ruir
Cadê você?Que solidão!
Esquecerá de mim

Enfim
De tudo o que há na terra
Não há nada em lugar nenhum
Que vá crescer sem você chegar
Longe de ti tudo parou
Ninguém sabe o que eu sofri

Amar é um deserto
E seus temores
Vida que vai na sela
Dessas dores
Não sabe voltar
Me dá teu calor

Vem me fazer feliz
Porque eu te amo
Você desagua em mim
E eu oceano
Esqueço que amar
É quase uma dor
Só sei
Viver
Se for
Por você

Djavan

quinta-feira, 11 de outubro de 2007

Escuridão...


Alguém tem um arrancador a mais ou um electricista que me empreste?É que a minha luz pisca, pisca, pisca, mas não acende...

terça-feira, 9 de outubro de 2007

Às vezes a vida parece um imenso teatro do absurdo!

Vladimir: O pior não é pensar.

Estragon; Talvez não. Mas pelo menos há isso.

Vladimir: Isso o quê?

Estragon: É isso mesmo, vamos fazer perguntas um ao outro.

Vladimir: O que é que queres dizer com pelo menos há isso?

Estragon: Pelo menos há menos miséria.

Vladimir: É verdade.

Estragon: Bom e se déssemos graças à nossa felicidade?

Vladimir: O que é terrivel é ter pensado.

À Espera de Godot, Samuel Beckett

quarta-feira, 3 de outubro de 2007

A outra



Adoro esta música e já me identifiquei muito com ela...neste momento ainda há uma réstia...
Disfrutem =)

segunda-feira, 1 de outubro de 2007

Deliciem-se...



L'ammant, um filme fantástico baseado na obra homónima de Marguerite Duras e realizado por Jean-Jacques Annaud. Sensualidade, paixão, erotismo, desejo proibido...interpretações fantásticas e uma fotografia belíssima...aconselho a todos!